TOQUE DE ARTE / PRUNE NOURRY
Nascida em 1985 em Paris, Prune Nourry vive e trabalha em Nova York. A artista se interessa pelos campos da ciência e da antropologia, por meio de uma prática que associa escultura, instalação, performance e vídeo.
O processo criativo dela se assimila a antropologia, no sentido que desenvolveu, ao longo dos projetos, um processo participativo.
No projeto “O Jantar procriador”, começado em 2009, ela junta performance, arte, gastronomia e ciência, para conceber uma refeição que segue as diferentes fases da reprodução assistida, junto com um chef renomado e um cientista.
No projeto “Holly Daughters”, começado em 2012, ela reflete sobre o desequilíbrio dos sexos e o desvio de novas tecnologias científicas para fins de seleção. Para isso, espalhou esculturas de « Filhas Santas » (híbridos entre a vaca, animal sagrado e símbolo da fertilidade na Índia, e a menina, vetor da fertilidade, mas indesejada), e documentou as reações dos habitantes.
Acostumada a estar atrás da câmera e recolher as impressões das pessoas com quem trabalha e pesquisa, ela finalmente vira a câmera para si mesma em 2016. Neste ano, com 31 anos, Prune é diagnosticada com câncer de mama. Ela começa a documentar seu tratamento e seus efeitos em seu próprio corpo. Transformando sua odisseia médica em um empreendimento artístico íntimo, ao descobrir um novo significado em seu trabalho e as estranhas coincidências entre sua arte e sua doença. O resultado é o documentário “Serendipity”, que sai nas telas em 2019 e que, além de um retrato de artista, trata da história universal da feminilidade.
Em 2020, realiza a instalação “Amazonas Erógenas”, inspirada na figura mitológica das Amazonas. Ela retrata os atributos bélicos dessas caçadoras: um enxame de 888 flechas e um arco gigante de perfil apontam na direção de um alvo em forma de peito. Com vocação catártica, se torna a metáfora do combate às doenças seguido da cura.
Fotografias:
1 - Le Bon Marché Rive Gauche
2/3/4 - A. Levi
5/6/7/8 © Prune Nourry. Tous droits réservés.
9/10 - G. Machavoine