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TOQUE DE ARTE / LEE MILLER

A fotógrafa americana Lee Miller (1907 – 1977) foi, durante muito tempo, reduzida ao papel de musa de Man Ray. Agora reconhecida por seu trabalho como fotógrafa e repórter de guerra, ela é o tema de uma retrospectiva no festival de fotografia Les Rencontres d’Arles, na França.

 

Lee inicia sua relação com fotografia como modelo. Sua beleza e seus cabelos curtos fazem dela o rosto da mulher dos anos 20, moderna e independente. Contudo, ela tem mais interesse em ficar atras de câmera que na frente.

 

Ela quer se formar em fotografia. Migra para Paris, onde se torna assistente do Man Ray. O mestre e a aluna acabam colaborando como dois iguais. No Paris dos anos 20, Lee se torna uma fotógrafa surrealista.

 

No início da década de 30, ela deixa a capital francesa para Nova York, onde cria seu estúdio de retratos, que recebe toda a boa sociedade e os artistas do momento. Porém, diante da rotina, a fotógrafa quer procurar outros desafios.

 

Em 1939, chega em Londres, onde casa com o pintor surrealista Roland Penrose. Durante os primeiros anos da guerra, tira fotos de moda para o Vogue britânico. Em 1944, se torna correspondente de guerra do Exército dos US, assinando fotos e artigos sobre o campo de batalha e a libertação dos campos de concentração nazistas de Dachau e Buchenwald.

 

Muitas artistas mulheres, caíram nos limbos da história, antes de serem redescobertas nos últimos anos. A amnésia que cercou o trabalho da Lee foi também do seu próprio fato. Seu filho, Antônio, cresceu ignorando o que ela havia realizado. Ele supõe que depois da guerra, chocada e deprimida com o que ela testemunhou, preferiu apagar o passado.

 

Poucos meses após a morte de Lee, descobriu um tesouro no sótão da casa da família: 60.000 negativos, 20.000 gravuras, manuscritos etc.

Quando Anthony conta do percurso para o reconhecimento institucional da obra da sua mãe, ele lembra que o MoMA, em NYC a qualificou de “nota de rodapé na vida de Man Ray”.

 

O festival de fotografia Les Rencontres d'Arles apresenta neste verão uma exposição que tenta desmascarar o mito da ninfa passiva e muda.

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