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TOQUE DE ARTE / SOPHIE TAEUBER ARP / CENTRE POMPIDOU, PARIS

Está em cartaz em Paris, no Centre Pompidou, a mostra « Elles font l’abstraction », que propõe uma releitura da história da abstração desde as suas origens até os anos 1980, através dos trabalhos de mais de cem artistas mulheres. A maioria das exposições dedicadas à história da arte abstrata negligenciam o papel fundamental desempenhado pelas mulheres no desenvolvimento dessa linguagem visual. A mostra destaca inúmeras artistas que foram injustamente eclipsadas da história da arte, revisando suas contribuições para a história da abstração, entre elas a Sophie Taeuber Arp.

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Pintora, escultora, designer e dançarina suíça, nasceu em 1889, e desenvolveu um trabalho abstrato radical, em diferentes suportes como telas, tecidos, escultura, arquitetura e dança. Sua formação em dança marca profundamente seu trabalho, que é caracterizado pelo ritmo, a harmonia e o equilíbrio das cores. Seu comprometimento com a arte abstrata tem também relação com técnicas de design têxtil que trabalhava, e é considerada uma pioneira pelo seu empenho a abolir as fronteiras entre arte e artesanato. Em 1918, ela projeta uma trupe de fantoches de abstração radical para a peça O Rei dos Cervos. 

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Nos anos 1920, em parceria com Jean Arp (com quem se casa em 1921), integra o movimento Dadaísta, em Zurique, onde se produz no Cabaret Voltaire. Lá, dança suas próprias coreografias com figurinos desenhados por ela mesma. Na mesma época, ensina na escola das Artes Decorativas. Sua atividade como professora sustenta as criações artísticas do casal. Nesse mesmo período, cria uma de suas obras mais célebres, a sua série “Cabeças Dada”, formada por pequenas esculturas pintadas em madeira recoberta de formas geométricas abstratas e coloridas.

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O reconhecimento da sua obra, porém, será tardio. Sua morte precoce em 1943 (morreu envenenada por monóxido de carbono emitido por um fogão a gás defeituoso) abala Jean Arp, que exige então que suas obras sejam sempre expostas junto com as da Sophie. Apesar de ser uma homenagem à companheira, esse requerimento contribuiu para impedir o reconhecimento solo de Sophie Taeuber Arp por um longo tempo.

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