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TOQUE DE ARTE / NIKI DE SAINT PHALLE / MOMA, NOVA YORK

Niki de Saint Phalle (1930-2002) é uma das maiores artistas da segunda metade do século XX. Em abril passado abriu a primeira grande retrospectiva dedicada à obra dela nos Estados Unidos, intitulada “Structures of Life”, no MoMA, em Nova York.

 

Quem já foi em Paris e passeou perto de Beaubourg, no bairro de Chatelet, conhece seu trabalho: a Fonte Stravinski, que criou com Jean Tinguely (seu então marido), chama atenção pela alegria e o dinamismo. A se deparar com esta obra, o público descobre um trabalho colorido e lúdico. Criança, ficava cativada por essa fonte. Ela despertou em mim a consciência do que a “Arte” não era só quadros pendurados em museus austeros. Arte é um grito, é um convite, é compartilhar de uma narrativa individual que transforma o coletivo.

 

Artista autodidata, inconformista, feminista, o trabalho da Niki apresenta aspectos muito inovadores: obras monumentais, instalações e performances, empenho nas grandes questões do século XX, condição da mulher... Suas Nanas, esculturas monumentais e coloridas que ela começa a criar por volta de 1963 se erguem contra as regras da sociedade, o patriarcado, a burguesia. Sexuais, emancipadas, invadem o espaço público. Elas representam a mulher moderna, e chocam na sociedade pre 1968 na qual não se podia trabalhar ou ter uma conta bancaria sem o acordo do marido.

A sua obra Hon, apresentada em 1966 no Museu de Arte Moderna de Estocolmo, nas quais os espectadores puderam entrar pelo sexo da escultura, é uma releitura dos grandes mitos femininos e expressa a condição feminina, contra a qual ela se rebela.

 

Em sua vida, Niki escolheu o papel de mulher forte, independente, sua própria heroína. E é esse papel que ela atribui às mulheres que representa, fazendo-as se tornarem escultura, palácio, dando visibilidade a todas as mulheres que existem.

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