TOQUE DE ARTE / YAYOI KUSAMA / BERLIN, LONDRES, NOVA YORK, TOKYO
Yayoi Kusama é uma artista plástica japonesa. Ao longo de sua carreira, desenvolveu um trabalho único e diversificado (pinturas, esculturas, performances, instalações) de natureza altamente pessoal.
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Nascida em 1929 no Japão, a própria relata: “Minha arte é uma expressão da minha vida, sobretudo da minha doença mental, originária das alucinações que eu posso ver. Ainda criança, depois de ver uma toalha de mesa com o desenho de flores vermelhas, olhei para o teto (…) estendiam-se as formas vermelhas. Toda a sala, o meu corpo, todo o universo estavam cheios disso”.
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Essas formas se geometrizam até virar pontos, bolas, que vão nutrir seu padrão criativo, baseado na repetição e na acumulação: nasceu o conceito de « self obliteration », marca registrada da artista. Telas, objetos, ambientes inteiros, até pessoas e um cavalo, as bolinhas invadem tudo, simbolizam o universo como um todo e o infinito deste universo.
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Em 1957, foge da tradição artística japonesa que a limitava, e migra para Nova York. As primeiras telas que pinta lá, « Infinity Nets » são uma expressão de tempo, espaço e distância infinitos. Este conceito evolui da tela para instalações com « Infinity Mirror Rooms », onde o corpo se torna fragmentado, em paredes cobertas de espelhos. Seu trabalho tridimensional continua com a Bienal de Veneza em 1966, a qual participa sem ser convidada, instalando 1.500 esferas espelhadas, o “Narcissus Garden” nos jardins do pavilhão principal. Nos anos 70, volta ao Japão onde se interna em um hospital psiquiátrico onde vive, e continua a criar compulsivamente até hoje.
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Em 1993 ela retorna à Bienal de Veneza, dessa vez oficialmente convidada, para representar o Japão. A partir dos anos 2000, as retrospectivas se multiplicam nos maiores museus do mundo.
Atualmente, estão em cartaz quatro mostras concomitantemente: uma retrospectiva intitulada « Um buquê de amor que vi no universo », na museu Martin Gropius Bau (Berlin), e a apresentação da sua série continua « My Eternal Soul » (que iniciou em 2009), na Vitoria Miro Gallery (Londres), na Galeria David Zwiner (Nova York), e na Ota Fine Arts (Tokyo).